Estamos a sós em casa, mamãe acabara de me pentear, me vestiu com um
vestido dourado que não me recordava ter e que quase não me cabia mais, mesmo
assim era um belo vestido. Meu belo vestido.
Meu irmão logo chegou com meu pai, eles trouxeram uma sacola branca e a
puseram sobre a mesa, chamou mamãe que trouxe um embrulho nas mãos. Ela se
dirigiu até mim, me abraçou e disse: “Parabéns, é o seu Dia!” No embrulho que
ela me trouxe havia uma boneca de pano velha, seus cabelos eram laranja, ela
parecia triste.
Meu pai abriu a sacola e tirou de lá um bolo pequeno, olhei para ele e
sorri. Então pegamos algumas velas, meu irmão apagou a luz e cantamos “Parabéns
para você, parabéns para você…” então soprei as velas.
E no meio daquela escuridão, sorri e lembrei-me da porta quebrada, das
paredes rachadas e sem tinta, o sofá com a estofa saindo, do vestido dourado
apertado, meu vestido! Minha cada, minha vida.
Autor: David, 9° ano.
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